DISSE JESUS: "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, A NÃO SER POR MIM (João 14.6).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O DESFILE - Quando a gente é criança parece que o tempo não passa. ...um sentimento de patriotismo: era o de 7 de setembro.

É engraçado! Quando a gente é criança parece que o tempo não passa; principalmente quando algo estava para acontecer  e seria aquilo que presumíamos que nos traria muita alegria. 

Era assim nos feriados... E um deles que me chamava bastante à atenção e me fazia correr nas veias um sentimento de patriotismo: era o de 7 de setembro. Não que eu soubesse, de sã consciência, o que era patriotismo, ou tivesse alguma noção do que fosse civismo. Ainda que as professoras Dona Súria, Dona Aparecida, Dona Naimi - do 1º., 2º. e 3º. ano, respectivamente - se esforçassem para nos ensinar...

Na verdade eu sabia sim! Sabia sem saber, porque, quando chegávamos para as aulas de manhãzinha, todas as classes se reuniam no páteo para hasteamento da “Bandeira Nacional” e para cantarmos o “Hino Nacional Brasileiro”, que nós chamávamos de hino do Brasil.

Eu me lembro vagamente, no primeiro ano, de um senhor de meia idade que de vez em quando, naquelas ocasiões, fazia um pequeno discurso. Não sei não, mas o “seu João” - acho que ele era o diretor da escola...

Grupo Escolar da Vila Conde do Pinhal. A minha escola não existe mais! Eram algumas construções de madeira, tipo alojamento, mas era bem ventilado por quatro vitrôs grandes, tinha lousa (quadro negro) e carteiras onde nós sentávamos...

Eu peguei aquela fase de transição entre a caneta de pena e a de tinta; de maneira que cada carteira tinha um recipiente (um copinho de vidro) acoplado onde o aluno mergulhava a pena (ponta metálica da haste) e escrevia. Mas estavam surgindo (no bairro Sacoman) as Sheaffer e as Parkers 51 que se tornariam o mais desejado objeto de consumo de qualquer estudante. Só que as professoras, não gostavam que a gente usa-se canetas; elas só permitiam lápis John Faber nº. 2. Acredito que elas temiam que os alunos causassem acidentes... Mesmo assim, de vez em quando aparecia alguém com o uniforme estropiado: a camisa branca – toda suja – manchada de tinta azul.

Eu cresci assim, num bairro da periferia. E dou graças a Deus, porque com as aulas na escola e o reforço espiritual que eu recebi na igreja, eu me desenvolvi honrando a Deus, a família e a sociedade.

Como eu estava dizendo... Eu não tinha conhecimento do que era “patriotismo”, mas me sentia um autêntico patriota. E os desfiles? Meu Deus - que emoção! A escola levava os alunos até a Av. D. Pedro, no bairro do Ipiranga. Eu só desfilei uma vez; isso era coisa para os mais velhos...

A minha classe recebia fitinha verdeamarela que a professora cortava com uma tesoura e ela mesma dava uns pontos com agulha e linha e grudava em nossos ombros. Também recebíamos bandeirinha de papel “do Brasil”, e orgulhosos víamos, primeiro, o desfile das escolas da região e depois os militares.

Quando eu ainda não conseguia ver, já sentia uma tremedeira por dentro ao ouvir o ribombar dos tambores da fanfarra se aproximando... Quando o desfile cívico patriótico escolar estava à frente dos olhos... Ai! que emoção! Brasil! Brasil! Brasil!
“BOM – bom – bororó  bom bom - BOM – bom – bororó  bom bom".   

E depois então? Os militares... O Exército, sempre em maior número, mas vinham também a Marinha e a Aeronáutica... Banda de música; carros de combate movendo-se com esteiras; canhões; soldados... Quantos soldados! motocicletas; cavalos... aviões...
Era assim, que eu entendia o que era ser patriota: estar pronto; se fosse preciso dar a própria vida em favor da pátria. Isso era muita ação e emoção para mim.

Agora civismo... Eram as abnegadas professoras que, aproveitando o entusiasmo da garotada, ensinavam na sala de aula: era respeitar e amar o Brasil; as autoridades, os pais, os professores, a escola... Era crescer e ser um cidadão de bem, educado, cumpridor dos seus deveres, respeitador das leis e que deveria sempre desenvolver o amor ao próximo e à nação brasileira.

Patriotismo... Civismo... Lembro-me que tínhamos uma matéria chamada: Educação Moral e Cívica.
Mas, isso já faz tanto tempo...

Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas. Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros (Salmo 71.17,18).

Pastor Renato Moura

3 comentários:

  1. É verdade Pr.Renato, embora eu seja um pouco mais nova que vc, eu também cheguei pegar esta matéria;Educação Moral e cívica.A gente aprendia mesmo sobre patrotismo e civismo.Eu aprendi a amar o meu paíz apartir do sengundo ano primário, a minha professora D.Olinda tinha um jeito muito claro de nos fazer entender as coisas.Também me lembro quando no pátio, uns 20minutos do sinal bater, a gente se posicionava, colocando a mão direita no peito e, cantávamos o Hino do Brasil!!! normalmente eu astiava a bandeira brasileira, puxando as cordinhas, A diretora da escola me amava...
    Dá mesmo muta saudades de tudo isto.
    Parabéns por ter escrito algo que nos traz doces recordações e,que hoje em dia é muito difícil ajuventude expor o seu amor a pátria e seu respeito. Fica na paz do Senhor.

    sua prima Lydia.

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  2. Doces recordações...
    Você falou bem Lydia! São boas e doces recordações que marcaram um tempo da vida que não volta mais. Entretanto, muito valeu, pois incutiu em nossa personalidade o amor e o respeito aos valores morais e cívicos que até hoje nutrimos. E nesse respeito hierárquico, iniciado na educação da escola que agora está perdida no túnel do tempo, ficou bem mais fácil compreendermos e aceitarmos a supremacia do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
    Assim, os ensinos bíblicos nos direcionam a Deus e ao respeito às autoridades terrenas. E o civismo ensina que devemos tratar os nossos contemporâneos com amor e consideração; além de amarmos a nossa terra e cumprirmos os ditames da Constituição. Dessa forma, os dois ensinos não são conflitantes, antes, estão plenamente de acordo. Cada um deles aponta o bom caminho na sua própria perspectiva e nos permitiram, desde cedo, a amar o nosso país e a Deus sobre todas as coisas.
    Muito grato, prima, por seu comentário.

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  3. Pastor Renato achei muito linda essa cronica.
    Me faz lembrar quando eu era menina no colégio.
    Amei. meus parabénsp
    bjs
    Mirna

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